Então número 2 do grupo extremista, Qassem substitui o ex-chefe Hassan Nasrallah, morto no final de setembro em uma operação israelense em Beirute. Qassem é uma figura sênior do Hezbollah há mais de 30 anos. Naim Qassem
Al-Manar / AFP Photo
O Hezbollah elegeu seu vice-secretário-geral, Naim Qassem, para suceder Hassan Nasrallah como número 1 do grupo extremista nesta terça-feira (29).
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Naim Qassem é uma figura sênior do Hezbollah há mais de 30 anos. Ele ocupava de forma inteirina a chefia do grupo desde a morte de Nasrallah. Leia mais abaixo quem é Naim Qassem.
Nasrallah morreu após um ataque aéreo israelense contra instalações do Hezbollah em Beirute em 27 de setembro. Ele era o chefe do grupo extremista desde 1992, e o principal rosto do grupo. Na ocasião, Israel confirmou que o bombardeio tinha como missão matar Nasrallah.
Apoiado pelo Irã, o Hezbollah é um dos principais partidos políticos do Líbano atualmente e também tem um braço armado.
Falando em frente a cortinas de um local não revelado em 8 de outubro, Qassem afirmou que o conflito entre o Hezbollah e Israel era uma guerra sobre quem choraria primeiro, e o Hezbollah não seria o primeiro a chorar. As capacidades do grupo estavam intactas, apesar dos "golpes dolorosos" de Israel.
Ele acrescentou que o grupo apoiava os esforços do presidente do parlamento, Nabih Berri – um aliado do Hezbollah – para garantir um cessar-fogo, omitindo pela primeira vez qualquer menção a um acordo de trégua com Gaza como condição para interromper os ataques do grupo contra Israel.
Naim Qassem é eleito novo chefe do Hezbollah
Seu discurso de 30 minutos na televisão ocorreu poucos dias após um ataque israelense ter supostamente mirado uma figura sênior do Hezbollah, Hashem Safieddine, e 11 dias após a morte do secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah.
A morte de Safieddine foi confirmada pelo Hezbollah em 23 de outubro.
Qassem foi nomeado vice-comandante do grupo em 1991 pelo então secretário-geral do grupo armado, Abbas al-Musawi, que foi morto por um ataque de helicóptero israelense no ano seguinte.
Qassem permaneceu em sua posição quando Nasrallah se tornou o número 1 do grupo extremista e tem sido um dos principais porta-vozes do Hezbollah, concedendo entrevistas à mídia estrangeira, inclusive durante os confrontos transfronteiriços com Israel no último ano.
O discurso de Qassem na televisão em 8 de outubro foi seu segundo desde que as hostilidades entre Israel e o Hezbollah se intensificaram em setembro.
Ele foi o primeiro membro da liderança superior do Hezbollah a fazer declarações televisivas após a morte de Nasrallah em um ataque aéreo israelense nos subúrbios do sul de Beirute em 27 de setembro.
Falando em 30 de setembro, Qassem disse que o Hezbollah escolheria um sucessor para seu secretário-geral morto "na primeira oportunidade" e continuaria a lutar contra Israel em solidariedade com os palestinos.
"O que estamos fazendo é o mínimo. Sabemos que a batalha pode ser longa", afirmou em um discurso de 19 minutos.
Nascido em 1953 em Beirute, numa família do sul do Líbano, o ativismo político de Qassem começou no Movimento Xiita Libanês Amal.
Ele deixou o grupo em 1979 após a Revolução Islâmica do Irã, que influenciou o pensamento político de muitos jovens ativistas xiitas libaneses.
Qassem participou das reuniões que levaram à formação do Hezbollah, estabelecido com o apoio da Guarda Revolucionária do Irã em resposta à invasão israelense do Líbano em 1982.
Ele tem sido o coordenador geral das campanhas eleitorais parlamentares do Hezbollah desde que o grupo disputou pela primeira vez em 1992.
Em 2005, ele escreveu uma história do Hezbollah, considerada uma rara "visão de um insider" sobre a organização. Qassem usa um turbante branco, ao contrário de Nasrallah e Safieddine, cujos turbantes pretos denotavam seu status como descendentes do Profeta Muhammad.